O presidente da Associação Comercial e de Inovação de Marília, Adriano Luiz Martins, considerou interessante pesquisa da Boa Vista realizada ao longo do segundo trimestre, que mostrar o comportamento do empresariado em geral, quando 74% esperam crescimento, enquanto apenas 13% creem em estabilidade e outros 13%, em queda. “Essa é uma tendência positiva, afinal, o empresário é sempre uma pessoa otimista”, disse o dirigente de Marília ao analisar a pesquisa apresentada e observar a tendência do setor produtivo em geral. “A maioria das empresas ouvidas (39%), ainda crê em estabilidade”, falou ao reforçar o ponto de vista de que a retomada da economia está acontecendo, neste momento de flexibilização da pandemia. “Como no primeiro trimestre, a maioria das empresas segue otimista em relação ao aumento do faturamento em 2022”, falou.
No trabalho efetuado entre os setor empresarial somente 35% dos empresários brasileiros acreditam que a inadimplência irá recuar até o final de 2022. Este mesmo levantamento, realizado no primeiro trimestre, mostrava que 41% dos entrevistados tinham expectativas de queda. “Os cenários interno e externo ajudam a explicar essa redução do otimismo em relação à inadimplência”, comentou Flavio Calife, economista da Boa Vista. “A guerra entre Rússia e Ucrânia e o receio, quase constante, de um novo “lockdown” na China comprometem as cadeias de produção e também as vendas, já que os produtos chegam mais caros aos mercados”, avaliou. “Internamente, a inflação dos bens e a taxa de juros são elevadas e isso inibe a expectativa de queda da inadimplência enquanto o cenário macroeconômico se mostrar desfavorável”, afirma o dirigente paulistano.
A pesquisa aponta ainda que 68% dos empresários consultados pretendem aumentar os investimentos em seus negócios até o fim de 2022. No trimestre anterior, estes eram 69%. Sobre novos investimentos em produtos e serviços, 72% das empresas planejam aumentá-los até o fim de 2022. Em tecnologia, são 68%. Em capacitação de mão de obra, 66%. Em relação a investimentos em insumos e matéria-prima, 63% acreditam em aumento. “Essa é outra característica que nos faz acreditar no pensamento otimista do empresariado que quer crescer de forma preparada”, falou o presidente da associação comercial de Marília que é defensor da tecnologia, da capacitação e dos novos serviços. Junto à necessidade de investir para gerar crescimento, o estudo também apresenta que 53% dos empresários esperam diminuição relevante no nível de endividamento das empresas; 27% acreditam que os índices devem se manter os mesmos, e outros 20% apostam no seu aumento.
Outro lado, segundo Adriano Luiz Martins que mostra este otimismo é quanto ao crédito. O estudo também aponta estabilidade na intenção de demanda por crédito. Nesse segundo trimestre de 2022, 66% afirmaram que buscarão crédito no mercado, ao passo que 34% não tem a mesma intenção, os mesmos números registrados pela Boa Vista no trimestre anterior. Entre os 66% que vão solicitar crédito, 56% o farão para realizar investimentos, 27% para garantir o capital de giro e 17% usarão o crédito para o pagamento de dívidas já assumidas. “E para isso o Governo Federal e as instituições financeiras devem facilitar o acesso à estes investimentos”, comentou o presidente da associação comercial de Marília e atual vice-presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
A pesquisa realizada pela Boa Vista foi baseada em um questionário estruturado, aplicado no segundo trimestre de 2022, em cerca de 500 empresas, representantes dos principais setores econômicos.
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Márcio C Medeiros – Jornalista