O novo comportamento do consumidor está alterando hábitos antigos. Segundo o presidente da Associação Comercial e de Inovação de Marília, Adriano Luiz Martins, as vendas pelo Pix devem decretar, em breve, o fim de pagamentos com boleto no e-commerce, conforme as recentes pesquisas realizadas neste sentido. “Somente no Mercado Livre, a adoção do Pix teve expansão em torno de 130% e causou uma redução de 33% no uso de boleto no segundo trimestre”, disse o dirigente mariliense ao perceber mais esta mudança de comportamento, depois da queda na utilização dos pagamentos através de cheques no varejo em geral. “Desde 2020 o Pix vem sendo uma opção que daria fim às transferências bancárias por DOC e TED, facilitando os pagamentos entre pessoas”, comentou ao acompanhar todo o processo de adaptação. “Agora, o Pix pode fazer outra vítima, desta vez no e-commerce: o pagamento com boleto está com os dias contados”, acredita.
Adriano Luiz Martins reconhece que o Pix não só tem potencial de reduzir e até substituir o boleto, como também de aumentar o número de vendas no comércio eletrônico e diminuir o abandono de compras. Os pagamentos com boletos não são realizados em 50% das vezes, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Além disso, a falta de flexibilidade nos pagamentos pode levar a um carrinho de compras eletrônicas abandonado. “52% dos consumidores brasileiros dizem que desistiram de fazer uma compra porque não podiam pagar do jeito que queriam”, falou o presidente da associação comercial mariliense ao lembrar que apenas dois anos após o lançamento o Pix já divide o segundo lugar nas formas de pagamento, ao lado dos boletos. “A aceitação do Pix tem potencial para chegar a 92% nos próximos anos”, prevê o dirigente de Marília.
Uma demonstração deste crescimento no uso desta forma eletrônica de pagamento é que em janeiro de 2021, o Pix apresentava 16,9% de aceitação entre os comércios virtuais do Brasil; em julho deste ano, alcançou 76,3%. Na plataforma de e-commerce, Mercado Livre, a adoção do Pix teve expansão em torno de 130% e causou uma redução de 33% no uso de boleto no segundo trimestre, diante a igual período no ano passado. Na plataforma, lojas oficiais de marcas como Samsung, Nike e Hering já aceitam pagamentos via Pix. “O interessante é que as vendas dos lojistas que aceitam Pix subiram de 20% a 25% mais do que as daquelas que ainda não tinham o Pix como meio de pagamento neste ano”, apontou Adriano Luiz Martins ao destacar que a conversão do Pix hoje é acima de 75%. “O mundo on-line abraçou o Pix de forma muito rápida, porque melhorou a experiência para todos os lados”, garante.
Da mesma forma que as vendas através dos cartões de crédito, débito e de benefícios mudaram a relação entre comerciantes e consumidores, o pagamento eletrônico também fará com que a forma de compra e venda seja alterada. “É a evolução dos tempos e o lojista precisa acompanhar esse tipo de desenvolvimento”, defende o presidente da associação comercial de Marília que vem oferecendo oportunidade aos associados a se desenvolverem nesta área. “É uma questão de tempo, porém, algo inevitável”, falou Adriano Luiz Martins. “Quanto mais opções oferecermos aos nossos clientes, melhor será a atratividade e a manutenção do fluxo da loja”, ensinou ao procurar acompanhar esta tecnologia no segmento em que atua. “O ideal é ter todas as alternativas de pagamento, e o cliente escolhe qual a que ele melhor se adapta”, propôs ao defender a livre opção.
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Márcio C Medeiros – Jornalista