Um detalhes interessante chamou a atenção nos dados estatísticos de monitoramento das consultas ao sistema do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Comercial e Industrial de Marília, com o aumento do número de consultas sobre os cheques no mês de Março, que apresenta uma elevação de 1,34% no comparativo com o mesmo mês no ano passado. “Enquanto todos os índices diminuíram este aumentou”, disse o presidente da entidade, Adriano Luiz Martins, que mensalmente acompanha os números que apresentam a performance do varejo quanto ao crediário, mesmo neste período de pandemia. “É natural que tudo caísse, afinal, não está havendo movimento no comércio de Rua, shoppings e galerias”, disse o dirigente em virtude da pandemia que impôs o fechamento das lojas de forma compulsória, pelo Governo do Estado de São Paulo. “Certamente as consultas se baseiam nas vendas eletrônicas e de pronta entrega”, afirmou.
De acordo com os números apresentados no trimestre, houve uma redução no movimento na ordem de 42,10%, no comparativo com o ano passado que já não foi dos melhores na eminência da pandemia. Em 2020 foram realizadas 40.573 consultas diante das 23.493 consultas ao SCPC da associação comercial mariliense, com a queda de 42,10% registrados. “Números considerados normais em virtude de que o comércio de lojas nas ruas, shoppings e galeria estão praticamente parados”, reconheceu José Augusto Gomes, superintendente da associação comercial local. “Sem vendas não tem motivo para consultar”, disse o óbvio, mas incluindo mesmo assim as 7.502 consultas realizadas em Janeiro, as outras 8.175 consultas realizadas em Fevereiro e as 7.812 consultas efetivadas em Março. “Quem está vendendo está se protegendo”, justificou o dirigente mariliense ao lembrar que a consulta ao banco de dados do SCPC da associação comercial é uma forma de se proteger quanto as vendas pelo crediário. “Nada a ver com as vendas por cartões, que não passam pelo nosso sistema”, frisou José Augusto Gomes ao apontar as vendas à vista, e com cartões de crédito, débito e benefícios, e até boleto bancários, que não passam pela consulta.
Os cheques emitidos voltaram a ser utilizados. Pelos menos é o que mostra o levantamento, afinal, no mês de Março foram realizadas 531 consultas sobre cheques emitidos, diante das 524 realizadas no ano passado no mesmo período. “Mas foi o único mês em que os números são positivos”, apontou o tesoureiro da associação comercial, Manuel Batista de Oliveira, que é comerciante na zona sul da cidade e também percebeu a maior procura pelos pagamentos com cheques. “Uma forma de vender utilizando o velho sistema de crediário com promessas de pagamentos futuros”, explicou o comerciante de longa data que admite ser uma necessidade para o comerciante. “Um risco maior se não efetuar a consulta”, ensinou ao alertar para a inadimplência, e verificar a queda no número das consultas no trimestre que chegou a (-) 7,73% nos três primeiros meses. “Nesse caso os cheques passaram a ser alternativa de compra e venda para alguns”, ressaltou o lojista diretor da associação comercial mariliense.
De qualquer forma a movimentação registrada no sistema do SCPC da associação comercial de Marília não representa em nada sobre o volume de vendas no comércio neste período de pandemia. “O fato de consultar não ter dizer que a venda foi realizada”, repetiu José Augusto Gomes que também enxerga na consulta uma movimentação no varejo, mas não que demonstre volume de compras. “Pode acontecer de ao consultar a venda não ser efetivada”, exemplificou, mas admitindo que havendo consulta é sinal de consumidores e comerciantes estão dialogando. “Mas nas vendas eletrônicas o forte continua sendo pelos cartões de crédito, débito e benefícios”, destacou mesmo acrescentando que muitas lojas vendem pela internet através dos cheques.