Mesmo em plena quarentena com o fechamento compulsório de lojas, o setor de serviços apresenta um volume de alta na ordem de 3,7% na passagem de janeiro para fevereiro deste ano. “Essa foi a nona taxa de crescimento consecutiva do indicador, que acumula ganhos de 24% nesse período de nove meses”, disse entusiasmado o vice-presidente da diretoria da Associação Comercial e Industrial de Marília, Carlos Francisco Bittencourt Jorge, ao observar que o setor também superou, pela primeira vez, o período pré-pandemia, ficando 0,9%, acima do patamar de fevereiro de 2020, na série com ajuste sazonal. “Isso quer dizer que a reação começou, mesmo em momento impróprio”, falou o dirigente surpreso com o crescimento do setor em época de fechamento de lojas de forma compulsória.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos outros tipos de comparação, no entanto, os serviços apresentaram queda. Em relação a fevereiro de 2020, sem ajuste sazonal, o recuo foi de 2%. No acumulado do ano, queda de 3,5% e acumulado em 12 meses, de 8,6%. “Ai começa a normalidade, afinal, o fechamento das lojas neste ano contou com um período bem maior que a do ano passado”, comparou o vice-presidente da diretoria que vem monitorando os números da pesquisa como forma de acompanhamento da performance do varejo em geral. “A receita nominal teve alta de 2,8% na comparação com janeiro deste ano”, apontou Carlos Francisco Bittencourt Jorge ao lembrar que por outro lado, caiu 1,6% em relação a fevereiro, 3,4% no acumulado do ano e de 8,2% no acumulado de 12 meses.
De acordo com o levantamento realizado e analisado pelo dirigente da associação comercial mariliense, a alta de 3,7% do volume de serviços de janeiro para fevereiro foi generalizada entre as cinco atividades pesquisadas pelo IBGE: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,4%), profissionais, administrativos e complementares (3,3%), prestados às famílias (8,8%), outros serviços (4,7%) e informação e comunicação (0,1%). “O importante neste período é manter a atividade profissional, pois, estamos na eminência de passar esse período negro para o varejo”, falou ao acreditar numa melhor condição de trabalho no comércio com a campanha de vacinação sendo amplificada e as aglomerações diminuídas. “São os únicos caminhos que temos para superar essa crise que se tornou generalizada”, defendeu o dirigente de Marília.
Outro aspecto animado, segundo Carlos Francisco Bittencourt Jorge, foi de que o volume de vendas do comércio varejista cresceu 0,6% na passagem de janeiro para fevereiro, segundo o próprio IBGE. A alta veio depois da queda de 0,2% na passagem de dezembro para janeiro. O varejo também apresentou alta no acumulado de 12 meses (0,4%), mas teve quedas de 2% na média móvel trimestral, de 3,8% na comparação com fevereiro do ano passado e de 2,1% no acumulado do ano. Na passagem de janeiro para fevereiro, o volume de vendas cresceu em quatro das oito atividades pesquisadas pelo IBGE: livros, jornais, revistas e papelaria (15,4%), móveis e eletrodomésticos (9,3%), tecidos, vestuário e calçados (7,8%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%). O varejo ampliado, que também mede o comportamento dos setores de materiais de construção e de veículos e peças, cresceu 4,1% em fevereiro na comparação com janeiro. Os veículos, motos, peças e partes avançaram 8,8%, enquanto os materiais tiveram alta de 2% no período.