4 de setembro de 2023
IMPOSTÔMETRO – Recolhimento de impostos supera a marca dos R$ 2 trilhões

O painel “impostômetro”, criação da Associação Comercial de São Paulo, fechou o mês de agosto com a marca superior de R$ 2 trilhões na arrecadação de impostos, por parte do empresariado em geral. Instalado na sede da entidade paulistana no centro histórico da capital paulista, o painel mostra a quantidade de impostos recolhidos pelos governos municipais, estaduais e nacional. “Este é o valor pago pelos contribuintes brasileiros desde o início do ano, entrando na contabilidade impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e a correção monetária”, disse o tesoureiro da Associação Comercial e de Inovação de Marília, Manoel Batista de Oliveira, ao tomar conhecimento da performance do painel eletrônico.

Esse elevado valor arrecadado foi alcançado em 14 de setembro do ano passado o que mostra que este ano haverá outro recorde nacional no valor arrecadado pelo Governo em geral. “Certamente a diferença de 14 dias se deve, em parte, à inflação acumulada durante o período”, disse o empresário de Marília que considerada o valor, independente do período, elevado em se tratando da qualidade do serviço público e dos investimentos realizados. “Paga-se muito e recebe-se bem pouco”, comparou ao mostrar a importância do painel criado, para que a população em geral saiba o quanto o empresariado do Brasil recolhe para os cofres públicos. “A alta da inflação, embora tenha sido mitigada por algumas medidas de desoneração, exerceu influência direta no aumento dos preços dos produtos e, por consequência, na arrecadação tributária”, disse o dirigente da associação comercial de Marília.

Manoel Batista de Oliveira comenta que a redução temporária nos impostos sobre os combustíveis, de certa forma, amenizou o impacto do aumento geral dos preços, mas não resolveu. O dirigente aborda os gastos públicos como parte fundamental da equação econômica do Brasil. O tesoureiro da associação comercial comentou que o novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023), denominado Regime Fiscal Sustentável, que procura controlar o endividamento, substituindo o teto de gastos em vigor, por um regime fiscal focado no equilíbrio entre a arrecadação e as despesas, não deve ajudar o empresariado tanto quanto se espera. “Este arcabouço fiscal busca estabelecer diretrizes para o aumento dos gastos”, explicou o tesoureiro. “Após a implementação é esperado que ocorram aumentos significativos na carga tributária para cumprir as novas metas fiscais”, disse em tom de preocupação. “Vai sobrar para o empreendedor novamente, pagar mais”, acredita.

O presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Gilberto Amaral, lembra que, no passado, houve a desoneração dos impostos sobre os combustíveis e uma diminuição nas alíquotas de ICMS sobre combustíveis e energia elétrica. Entretanto, em 2023, essas medidas foram revertidas, começando em maio e junho do mesmo ano. “Uma das razões para atingirmos essa marca mais cedo é o aumento na arrecadação, em comparação ao mesmo período do ano passado. Tributos significativos, como o ICMS sobre energia elétrica, tiveram um impacto substancial, especialmente após o aumento nas alíquotas”, completa Gilberto Amaral ao mostrar a possibilidade de novo recorde de arrecadação por parte do Governo.

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Márcio C Medeiros – Jornalista

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